Uma verdade sobre o mundo corporativo

Seu conhecimento, compromisso e competência valem muito menos do que você pensa, bem menos do que gostarem de você.

Uma pessoa competente que consegue entregar além do pedido, com consistência, dentro dos prazos, mas que fica na dela, vai sempre ficar atrás daquela que faz o mínimo necessário (muitas vezes nem isso) mas que faz as pessoas rirem, que conversa com o chefe sobre coisas mundanas, e que é referência por ser gente boa, mais do que pelo conhecimento. E isso mesmo se a pessoa de alto desempenho não for um babaca, mas um ser humano decente, solícito e cordial; ter conhecimento muitas vezes é um bônus, não requisito, ainda que o pessoal do RH não admita isso.

Corolário: o que vale em ambiente de trabalho é o status social, como as pessoas podem ganhar esse status, e como você pode servir para aumentar ou reduzir o status dos outros. O trabalho a ser feito na maioria das vezes é só um proxy, um modo de jogar com o status social para se valorizar ou valorizar o seu chefe. Um cargo mais alto, com salário maior, simboliza um status social maior. Ser reconhecido ou querido por pessoas de cargo maior também. Você faz o mesmo, querendo ou não. Aceite isso e decida se quer participar do jogo.

Corolário do Corolário: não leve o trabalho tão a sério. Faça direito, faça no prazo, mas foque sempre no que é importante para você, porque mais ninguém vai se importar com isso – nem com você, nem com sua saúde. Se o que for importante para você na vida coincidir com o trabalho, ótimo. Se não, dê um jeito de conviver com os dois.

Pensamento aleatório: é por isso que o trabalho remoto é tão mal visto pelas empresas, ele mata a dinâmica de status social e faz o desempenho ser mais importante do que as relações entre os colegas. Sem as ferramentas para jogar com o status, a competência fica mais aparente e muitos não querem isso.