Atualmente viciado nisso aqui:
I lost myself again, I just need time to mend
Some quiet and some care, some time to repair
Would you be my guide? Take me by my side
Make me up a bed, forget the things I said
The things I said then
At 2am, at 2am
Atualmente viciado nisso aqui:
I lost myself again, I just need time to mend
Some quiet and some care, some time to repair
Would you be my guide? Take me by my side
Make me up a bed, forget the things I said
The things I said then
At 2am, at 2am
Desenhos criados por Inteligência Artificial são arte?
Claro que sim, pergunta besta. Próximo?
Hã? Não entendeu nada? Tá, vou explicar então. Tem um rebuliço danado acontecendo entre artistas visuais por conta do surgimento e da popularidade de uma classe específica de programas de inteligência artificial (Artificial Intelligence, ou AI). Esses programas foram criados com um objetivo só: catar imagens na internet, analisar e juntar tudo num bancão de dados, e usar essas referências para criar uma imagem a partir do zilhão de imagens analisadas. De cabeça posso listar cinco desses programas: DALL-E 2, Dreams by Wombo, StarryAI, Midjourney e o novo queridinho dos aficcionados por AI, Stable Diffusion. Cada um tem seu próprio algoritmo que trata de forma específica as imagens que o sistema pesquisa, com resultados bem característicos de cada um.
E como você usa esses programas? É tipo Photoshop? Você pinta com o mouse e ele arruma, tipo aquele programa da Nvidia? Nope, em vez de desenhar você escreve uma ideia e o algoritmo se vira para criar uma imagem. A imagem abaixo, por exemplo, foi criada no Stable Diffusion com a frase “Cyberpunk city with a DeLorean time machine arriving”:
O mais legal é que você pode pedir para a AI criar não apenas cenários, mas também emular estilos de outros artistas ou combinar materiais diferentes. Posso criar uma Mona Lisa no estilo anime:
Ou uma reunião entre monges e demônios que nunca aconteceu, registrada em uma foto antiga:
E é isso que tem deixado uma galera reaça P da vida. Para esses, uma inteligência artificial capaz de criar imagem a partir de texto é um absurdo, uma perversão da arte que prejudica os artistas e que vai deixar todo mundo desempregado, porque é só fulaninho digitar o que quer e pronto, a máquina faz tudo pra ele, não tem alma de artista, blábláblá. Tudo que eu faço é pegar uma chupeta, colocar na boca dessas criaturas e dar um tapinha nas costas pra ver se dormem.
Sério, o Photoshop não acabou com a pintura física, e a AI não vai acabar com a pintura digital, ponto. Essa reação ludita é uma perda de tempo, e manifestação de um medo contra uma nova tecnologia que é, sim, muito poderosa e pouco entendida. Combater o uso de AI na arte é como combater os uso de computadores para edição de texto e defender que as máquinas de escrever são muito melhores porque são mais táteis. O melhor a fazer é perder o medo e brincar com a ferramenta para ver do que ela é capaz.
E acredite: mesmo criando resultados fantásticos, não é tão simples quanto parece. Já começa a surgir uma classe de “curadores de frases”, que procuram a combinação perfeita de palavras e parâmetros para gerar a imagem que querem, da forma mais controlada possível, e mesmo assim muitas vezes você precisa gerar dezenas de imagens para pinçar os resultados mais legais. É um trabalho de tentativa e erro, bastante pesquisa para entender a ferramenta, e paciência para conseguir aquela imagem do jeito que você queria. Quando dá certo, é fantástico.
Outra forma de criar com AI é usar a ferramenta como trampolim: gerar as imagens a partir de uma frase, pinçar as legais e criar no photoshop a partir delas. O Alexander Jaeger faz exatamente isso, criando máquinas futuristas a partir de prompts gerados no Midjourney.
A tecnologia vem sempre para bagunçar o coreto e trazer coisas que nem imaginamos. O próximo passo vem aí, criar vídeos inteiros a partir de textos, abrindo possibilidades incríveis para o futuro. Os avanços são inevitáveis, e não adianta reclamar. O melhor a fazer é abraçar a novidade a aprender a fazer o melhor com ela, até porque muita gente já entrou no barco.
E você? Ainda vai ficar aí reclamando?
Oooooohhh! Acende uma vela preta, veste o sobretudo e arruma a decoração gótica:
Depois de anos sem ouvir é bom voltar ao velhos conhecidos, e caramba, como sentia falta disso. Rasgado, barulhento, e num tom que eu consigo acompanhar. E a Anesthesia sempre me faz sorrir na virada em 3:24. Um minuto de silêncio com o copo erguido para Peter Steele.
Atualmente viciado nisso daqui:
A Song With No Words é coisa linda da música, assim como todo o resto desse álbum. Ótimo para quem gosta de electrojazz carregado de barulhinhos eletrônicos e batidas “descompassadas”, os caras são experimentais sem medo de ser feliz.
Você tem que ser ambicioso. Todos os grandes são ambiciosos. Ambição é bom, deixa o cara se dedicar à música que pretende ser a melhor de sua vida. Ou ao desenho que vai revolucionar os desenhos. Na pior das hipóteses ele não consegue nada disso e ganha experiência. Ou arruina sua vida e a da família por gerações. Detalhes, detalhes.
É comum para artistas ou esportistas ou qualquer pessoa mais dedicada ser um pouquinho só ambicioso. Da Vinci era o mais ambicioso de todos, estudou muito e criou várias máquinas que revolucionariam o mundo se fossem construídas. Ou se funcionassem. Tipo aquele helicóptero, que parece um macarrão fusili.
Acho que foi Kerouac que disse algo como “aqueles que querem mudar o mundo são aqueles que o mudam”. É um bom modo de se viver, achar que pode mudar o mundo. Faz você acordar mais disposto pela manhã e a se dedicar com mais felicidade ao trabalho. E acho que quem não é ambicioso não tem objetivo na vida, pensa que o que faz já está bom demais, e desdenha do maluco que passa quatro horas por dia em cima de uma mesa de desenho treinando o traço em vez de assistir o Domingão.
Então é isso, seja ambicioso. É bom para a pele e fortalece os folículos capilares.