Fabio Romeo
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    O que é arte, II

    Arte é fenômeno, não coisa. É o momento onde um artefato produzido por um ser humano com a intenção de afetar o espectador causa nele alguma uma alteração. É mais profundo do que olhar para uma pintura e dizer “que legal” ou “que feio”. É uma mudança de percepção qualquer.

    Assim, arte não “existe”, mas “acontece”. Se você olha uma escultura, por exemplo, e aquilo te toca de algum modo ou muda seu modo de pensar, “aconteceu arte”. Se não, é apenas uma escultura, não um objeto de arte. Corolário: O que é arte para uma pessoa pode não ser para outra.

    21 de abril de 2009

  • achei na internet

    Dois artistas cinéticos

    Theo Jansen, um alemão que faz criaturas movidas a vento com tubos e garrafas de plástico. A visão deles em uma praia deve ser umas das melhores experiências da vida, são impressionantes. O site do artista está aqui, e neste link há um vídeo para sua apresentação na conferência TED. No YouTube há uma série de vídeos com as criaturas em funcionamento.

    Já Reuben Margolin é um norte-americano fascinado por ondas. Suas esculturas usam madeira, metal e outros materiais para recriar movimentos da natureza em trabalhos muitos delicados. Seu site está aqui, e no BoingBoing há um vídeo com suas obras.

    28 de março de 2009

  • artes e design

    Mas afinal, o que é arte?

    Tudo bem que faço piada de Mondrian e Duchamp e chamo os dois de tontos. É divertido distribuir bordoadas por aí, mas não há como negar que o que eles fizeram é, sim, arte, e que tiveram uma importância inominável para essa história. Mas aparece de vez em quando aquela famigerada pergunta que todos os interessados no assunto se fazem de vez em quando: o que é arte?

    E eu sei lá. Só sei o que é. Francis Bacon é arte, os desenhos de Ralph Steadman são arte, a narrativa tresloucada de Tank Girl e Transmetropolitan – dois quadrinhos que merecem cada um um post em separado – são arte. Os clips do Radiohead e do TV on the Radio são arte. Mas não sei porque são. Você também vive isso ao bater os olhos em algo que lhe impacta visual ou sonora ou olfativamente, e não é necessariamente sua vizinha. Sabe que é arte, mas sabe que não é só porque o cara usou um lápis em um papel.

    Comecei a me perguntar, porque definir isso é tão importante? Não vejo pessoas se matando para definir biologia, por exemplo. Não é algo tão claro assim: você estuda plantas e animais e seres humanos. E metabolismos. Sendo que essa palavra é um nome específico para certas reações químicas. Que podem ser estudadas por químicos. Que dependem de cálculos realizados por equações complexas que vêm da matemática – usada também por físicos. E por biólogos, em cálculos populacionais. E por bioquímicos também. No final a única coisa que você sabe é que biologia mexe com plantas e animais e deixa isso mesmo, pedindo para ser deixado em paz para continuar a estudar tranquilo sua mitocôndria.

    – Mas peraí! Você ficou meses reclamando que qualquer coisa pode ser arte e agora vem com esse papo? Qualé?

    Qualé? Peraí meu filho, senta aqui. Tem uma diferença entre arte e “arte”. Assim como existe uma diferença entre um médico e um picareta. O primeiro passou anos estudando, o segundo alugou uma sala e passou a receitar remédios porque leu um livro sobre doenças e acha que é a mesma coisa.

    E assim como existe picaretas na medicina e engenharia, há também na arte. Só que se leva um bom tempo estudando e visitando exposições para perceber isso*, e depois de anos de museus e galerias e catálogos e sites você começa a olhar para algumas obras e perceber que o safado que se diz artista é na verdade um picareta que nunca leu nada sobre as referências que copiou descaradamente. Como disse, a culpa não é de Duchamp, é do camarada que viu o trabalho dele e pensou “ah, assim é fácil!” e começa – ele e centenas, milhares de outros – a repetir exatamente o que foi feito há décadas atrás, sem trazer nada de si para o trabalho. É banal, e para banalidade temos a Veja. Mais nauseante que isso só as figuras que mostram um texto maior que o tamanho do próprio trabalho.

    Ah, mas é arte. Então tá então.

    * Já tentou conversar com alguém sobre um exposição que você foi ou sobre um livro que você leu? Você fica com pecha de intelectual metido a rico e arrogante, mesmo sendo isso para você algo tão normal quanto ver televisão ou ler um jornal. Aliás, nunca entendi essa revolta já que as exposições são de graça e os livros devem custar tanto quanto um CD da banda emo do momento.

    15 de dezembro de 2008

  • achei na internet

    ”(…) as pessoas não são tão vaidosas de sua personalidade quanto de sua obra. Elas, acho eu, estranhamente se sentem menos obrigadas para com a personalidade, achando que podem trabalhá-la e mudá-la, enquanto com a obra, depois de vir a público… Bem, nada mais pode ser feito. Sempre quis encontrar um pintor com quem realmente eu pudesse conversar… alguém com qualidades e com um tipo de sensibilidade em que eu realmente acreditasse, uma pessoa que espedaçasse meus quadros, mas com um julgamento em que eu acreditasse de verdade (…) Acho que seria maravilhoso ter alguém que me dissesse faça isso, faça aquilo, não faça isso, não faça aquilo! E que ainda por cima me dissesse por quê. Seria uma grande ajuda.”

    Francis Bacon

     

    7 de novembro de 2008

  • vida, universo e tudo mais

    Sobre a inerente superioridade das artes visuais

    Tenho certeza que vários já pensaram nisso, e não tenho medo de apontar a pintura, a escultura e o desenho como formas superiores e mais humanas de arte, pelo simples fato de todas respeitarem a individualidade do espectador. Você vê quando quer, e basta um virar de rosto para apagar a visão daquela pintura brega de um cavalo no pasto.

    Já a música não respeita barreiras: ela destroça pessoas com a mesma facilidade que as empolga. Não adianta, aquele axé vai encontrar um caminho da caixa de som ao seu ouvido atravessando o ar, dois andares, as janelas, a parede, a porta, o travesseiro e o tampão de borracha que você tenta desesperadamente interpor na busca do silêncio.

    Do mesmo modo o cinema, a televisão e a videoarte. Por precisarem do som para funcionar (nem tanto para a videoarte) ficam tão más quanto a música, e muito mais cruéis nas mãos de pessoas (e uso essa palavra com certa liberdade poética) que precisam mostrar o novo suporte do meio: um Home Theater/Microsystem da Aiwa/Pioneer/CCE/Sharp com 300 GigaWatts de potência. Essas criaturas pegaram a idéia do “se não sabe fazer bem, faça grande” e deram um novo sentido a ela.

    A superioridade social da pintura é óbvia. Muitos já gritaram “Abaixo o som aí, ô”. Ninguém jamais disse “larga esse pincel aí, ô, tenho que trabalhar amanhã”. Imagine pessoas se contorcendo na cama porque o vizinho aplicou pela terceira vez o filtro Clouds do Photoshop. Pessoas na biblioteca irritadas porque a atendente acabou de comprar uma tela abstrata vendida no shopping por cem reais e deixou ela no carro. Olhos de visitas sangrando porque elas entraram na sala e viram aquele poster do Salvador Dali sobre o sofá. Não acontece, não acontece.

    26 de outubro de 2008

  • achei na internet

    Mas falando sério

    Por que ninguém falou de William Kentridge? Estou chocado, chocado. Não pelo fato dele ser parecido com o Jon Lovitz, mas por ele ser o desenhista/animador/cineasta mais expressivo que já vi. Vide os desenhos dele aqui, uma entrevista em inglês nesse link e os vídeos no youtube.

     Por algum motivo os desenhos dele me lembraram do artista croata Matko Vekic que descobri na exposição de desenhos croatas no Museu Nacional. Hum…

     

    24 de outubro de 2008

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