bits e bytes

Quer saber? Retiro tudo que disse sobre IA

Eu, na minha ingenuidade, não esperava ver um movimento tão forte de substituição de artistas por ferramentas de AI. Ainda acredito que são recursos fantásticos que agilizam demais a vida: tarefas chatas como recortar um personagem ou preencher um fundo incompleto ficaram bem mais simples. Mas ver artistas e escritores serem efetivamente demitidos e trocados por essas ferramentas é algo que eu não queria acreditar. Estamos indo para um futuro onde arte, música e literatura estão sendo automatizados, deixando os humanos livres para trabalhos bossais, virando batedores de carimbo.

Há pelo menos um consolo: AI depende de conteúdo produzido por outros para funcionar. Vai chegar um ponto onde a AI vai se alimentar de arte produzida por AI, regurgitando conteúdo a ponto de só existir lixo em cima de lixo, incompreensível e inservível, quebrando o ciclo e todas as empresas de AI junto. Some a isso às novas ferramentas de envenenamento dos modelos de dados, protegendo as obras de serem absorvidas pelos modelos, e talvez esse momento esteja mais próximo do que pensamos.

Mas claro, isso também pode ser mais um pensamento ingênuo.

Abril 3, 2024

bits e bytes

E lá vamos nós

O WordPress anunciou que todos os sites dele agora vão servir de material para alimentar bot de AI dos outros, e problema seu se não gostar. Claro, por enquanto dizem que só os blogs hospedados do Wordpress.com serão processados e regurgitados, mas duvido que eles não enfiem uma cláusula no futuro enfiando o sistema de quem hospeda tudo por conta própria. Como dizem por aí, é "dinheiro na mesa", só esperando alguém passar e pegar.

Agora estou eu aqui migrando minhas tralhas para outro sistema, e por enquanto resolvi ficar com o Bludit.

{% Kwrfc4HghBA %}

O Bludit é um sistema levinho, limpinho, e bem mais básico que o Wordpress para gerenciamento de site, o que tem seus prós e contras. O lado bom é que ele é rápido e simples de editar, e consigo unhar direto no código do tema para deixar aqui com a cara que eu quero. É bem mais fácil partir para o faça-você-mesmo quando eu quiser alguma coisa mais diferentona.

O ruim é que é um trabai do carai para editar as coisas, e o código nem sempre faz o que eu quero do jeito que eu quero. Ou seja, coisas estranhas ainda acontecem por aqui, como imagens cortadas ou apertadas quando o site é visto pelo celular.

Vou ajustando e cozinhando tudo com o tempo. Afinal isso aqui sempre foi um site caseiro, orgânico, sem corantes nem conservantes.

Março 20, 2024

bits e bytes

O futuro não é Terminator, é Marvin

Depois de ler essa matéria maravilhosa no Ars Technica dizendo que o chatGPT está com preguicinha de fim de ano eu só consigo pensar nisso:

O futuro não vai ter Skynet porque os robôs vão virar humanos e ficar sentados em frente à TV assistindo Dorama na Netflix.

Dezembro 15, 2023

bits e bytes

The book is on the table

O blogue agora é bilingue! Ali embaixo no canto você encontra uma caixa de seleção para escolher entre português e inglês. A tradução não vai ser mais pelo Google, cada texto vai ser refeito na unha para deixar o texto mais compreensível em cada língua.

Novembro 9, 2023

bits e bytes

Black Mirror na vida real é pior do que eu pensava

Eu sempre me vi como o cara que abraça as novas tecnologias. Sempre quis ser o primeiro a testar intensivamente a última novidade em wearables, em ter chips implantados na pele, tatuagens de Led e essas viagens de biohacker. Sempre achei que seria capaz de acompanhar o cutting edge. Abracei as inteligências artificiais com força, falo de chatGPT e Midjourney sempre que posso, fiquei feliz da vida com as novas ferramentas de IA no Photoshop que criam imagens para tapar buracos.

Mas os sinais começaram a aparecer. Vieram as criptomoedas e NFTs, eu olhei praquilo achando que era uma bobagem para pegar trouxa e sem base na realidade, e ver um bando de carteiras virtuais quebrando meio que validaram meu ponto de vista.

Até que um dia o que eu temia finalmente aconteceu. Fiquei velho. Encontrei uma tecnologia nova que me causou repulsa. Tudo por causa dessa imagem:

Eca

Ela saiu de um vídeo da Apple demonstrando o uso de um par de óculos de realidade aumentada. A ideia é que você coloca eles e não precisa mais tirar pra nada. A vida real vai ser agora mediada por duas telas de alta resolução, o tempo todo. Você vai sentar para conversar com os amigos com essa aparência agora:

O sorriso diz “Oi” mas os olhos dizem “Socorro”

E isso me pareceu não só ridículo como muito, mas muito errado, viver atrás de uma máscara de ski com olhos digitais te encarando. É elevar o vício do smartphone à enésima potência, e nem eu que sou um viciado consigo aceitar essa coisa.

E o pior? Se fosse um par de óculos normais ou lentes de contato mágicas eu seria capaz de aceitar. Agora, isso? Esse é o futuro, usar um trambolho horroroso o tempo todo na cara?

Não dá. Fiquei velho, não sou mais um dos garotos descolados. Vou pegar um cobertor e um café, e ficar no sofá olhando com desdém os horrores tecnológicos que sairão a partir daí.

applevr Junho 7, 2023

bits e bytes

Amar é…

…sua cara metade saber que perdeu o marido para a Zelda pelas próximas semanas e perguntar curiosa como foi e o que está rolando.

nintendoswitchtotkzelda Maio 16, 2023

bits e bytes

O melhor amigo do seu tablet Windows

Se seu computador é um Surface, um tablet Windows ou um notebook conversível, daqueles que dobra e vira tablet, então você conhece o problema: precisar copiar ou colar, ou apertar esc, ou usar qualquer outro atalho, e ter que desdobrar o notebook ou catar o teclado para apertar as teclas. Era um problema que quase me fez comprar um minitecladinho da XP-Pen só para configurar com atalhos que eu mais uso, o que não ia resolver muita coisa porque ia continuar dependendo de um teclado, e é uma peça a mais para perder por aí.

Ainda bem que existem outras pessoas por aí com o mesmo dilema que eu e que sabem programar, porque achei no GitHub um programa gratuito que resolve exatamente esse problema: TabletFriend. Ele põe uma barra de atalhos configurável na sua tela, para todos aqueles atalhos essenciais.

Ali na esquerda, os botões do TabletFriend

Você pode deixar ela flutuando, ou anexar em algum canto da tela. A minha está ali à esquerda, com as teclas e atalhos que mais uso no Photoshop, e tem sido uma mão na roda. E tem mais, dá para configurar perfis com atalhos e até aparência completamente diferentes para cada aplicativo. Só vai dar um trabalhinho… Porque apesar de ser intuitivo no uso, ela não é intuitiva na configuração já que você precisa editar um arquivo YAML para colocar todas as funções que precisa. Não é difícil nem exige programação, mas exige leitura do arquivo de exemplo, que é bem claro e didático, para entender como montar a ferramenta. Se ler for um obstáculo intransponível, primeiro, só lamento, e segundo, por quê você chegou aqui mesmo? É uma curiosidade minha.

Outro detalhe é que ela não tem configuração para multimonitores. Sua barra aparece sempre em apenas um deles, a tela marcada como principal pelo Windows. Eu não vejo problema, mas isso pode ser algo a considerar.

No mais, é de grátis e funciona muito bem. Usar o fotoxope sem ter que desdobrar a tela toda vez que preciso copiar alguma coisa deixou meu 360 bem mais utilizável.

ferramentagalaxy360githubphotoshopsurfacetabletwindows Maio 14, 2023

bits e bytes

S-Pen é tudo de bom

O Macbook Pro M1 que uso para trabalhar é mó legal e tem uma bateria de duração absurda, mas para todo o resto em eu prefiro o Galaxy Book2 360 da Samsung. É como ter um Cintiq portátil, ou um tablet de 13 polegadas que roda Windows e Fotoxope, e a caneta dele é perfeita para desenhar. Só sinto falta de uma textura na tela, desenhar direto no vidro ainda deixa os traços tremidos. Haja treino.

E a tela touch dele me deixou mal acostumado, cansei de meter o dedão na tela do Mac tentando dar zoom…

Maio 11, 2023

bits e bytes

Mouse Mágico? Mas nem…

Uma das coisas que mais me impressiona com a Apple de hoje é a capacidade dela de pegar designs utilizados há décadas, aplicar conceitos novos de forma e estética, e produzir um resultado tão lindo no visual quanto merda no uso.

O Magic Mouse é o melhor exemplo da síntese desse conceito: pegar uma ferramenta testada e refinada por centenas de empresas e milhões de usuários por literalmente décadas, aplicar os conceitos sapatênis de inovação e design, e produzir uma bosta inacreditavelmente ruim de usar e linda de se ver. É um mouse que não se contenta em ser um ferramenta, mas uma manifestação clara do egocentrismo Apple: essa peça de tecnologia exige que você se lembre dele sempre, a todo o momento, em vez de simplesmente desaparecer como a extensão do braço que deveria ser.

Onde eu começo?

BATERIA

Deixa eu tirar da frente a crítica mais óbvia, a forma de carregamento do mouse. Se a bateria acabar você precisa virar o mouse e deixar ele feito uma barata morta em cima da mesa para conectar o cabo na parte de baixo:

Mágico!

Acabou a bateria? Perdeu o mouse até ele carregar. Ah, é só botar uma bateria nova? Nope, o mouse é selado. Alguns dizem que ele é assim para ter um design perfeitamente integrado (assim como o meu Pebble da Logitech que deixa eu trocar a bateria quando precisa).

A incrível tecnologia de tampa removível que a Apple ainda não domina.

“Ain, mas deixa ele parado uns minutinhos que ele carrega rápido, 5 minutos te dá meia hora de bateria!” Amigo, passa por isso quando você estiver no meio de uma entrega, com aqueles prazos bizarros onde o cliente precisa da arte pra ontem, e a praga do mouse fica apitando que precisa de carga a cada meia hora.

PESO

O Magic Mouse é pesado, mais pesado do que qualquer outro mouse que já usei na vida, sejam eles mouses caros ou baratinhos de 5 reais. Deve ser para dar aquela impressão de Premium, porque teoricamente pesado = melhor porque tem mais coisa dentro dele. No fim só é desconfortável, e tenho sentido uma tendência a ter mais tendinite com ele do que com o Pebble, que é bem mais leve.

Mais leve, e conecta com o computador via dongle ou bluetooth

RESISTÊNCIA

O Magic Mouse é feito por duas placas: uma de acrílico que arranha se você olhar diferente pra ela, e uma de aluminio dobrado. É bom você ser extremamente cuidadoso, porque qualquer queda amassa o alumínio, e se amassar na frente adivinha: você não consegue mais clicar. Há um espaço entre o acrílico e o alumínio para permitir esse movimento e uma dobra ali trava o botão. Para consertar você precisa tirar a tampa de acrílico do mouse (com MUITO cuidado para não quebrar os clipes de plástico que prendem ela no lugar, não arrancar o cabo do touchpad nem deformar a base de alumínio fininho) e dobrar o alumínio amassado pra fora, remoldando a peça para o que ela mais ou menos era, para liberar o botão, e aceitar que ele vai ficar marcado no processo.

MÁGICO

A P@##@ DO TOUCHPAD

Representação fiel de um dia de trabalho com o mouse da Apple

Mas a pior coisa, a que mais me tira do sério, a que quase me fez jogar o mouse na parede, é o fato da superfície dele toda ser um touchpad. Ou seja, você não pode simplesmente descansar a mão sobre o mouse, ela tem que ficar em uma posição de “garra”, segurando a parte metálica com a ponta do polegar e anelar, deixando o indicador e médio flutuando. Pensa na canseira que é isso depois de uma sessão de trabalho.

E eu já disse que a superfície dele toda é um touchpad? Pois é, a superfície dele toda é um touchpad. E um touchpad com a sensibilidade travada em 11, sem possibilidade de configurar. Aí qualquer toque, mesmo um esbarrão de leve, pode resultar num comando. Imagina a minha felicidade quando eu clico no tamanho de uma fonte no Illustrator, digito 12, e levo o cursor para outro lugar, e sem querer o dedo trisca de leve no touchpad, e a fonte que era 12 sobe para 20 porque a porcaria do mouse entendeu que eu arrastei a superfície como quem gira a rodinha do scroll do mouse, e lá vou voltar pra caixa pra corrigir o tamanho. Agora imagina isso acontecendo várias vezes durante o dia, em qualquer situação. Aperto command para selecionar mensagens no Outlook e BAM! a visualização da mensagem vai num zoom de 10%. Seguro command para abrir um link em outra aba BAM! zoom de 300% na página. Seleciono vários arquivos no Finder BAM! o ícone ficou do tamanho da janela.

Quem acha isso normal não está bem da cabeça.

CONCLUINDO

Já fui macmaníaco, mas por um motivo: a Apple se importava com seus usuários. Meu iBook, que antes de virar nome de aplicativo de leitura de livros era o nome de um notebook, tinha teclado e bateria removíveis e fazer manutenção era ridículo de fácil. O iMac era um pouco mais trabalhoso, mas não era impossível, e o mouse tinha uma trackball que era bem legal de usar. Até o iPhone era simples de manter, sem aquele terror de gastar uma grana caso ele quebrasse, e as formas de interação faziam sentido.

Hoje? Os executivos daquela empresa estão tão cheirados da própria arrogância que lançam qualquer porcaria dizendo que “revolucionaram”, tornando a vida do usuário pior a cada produto. Estragaram o software com bugs e interfaces mal pensadas, quem somados ao hardware “inovador” tornam a experiência geral cada vez mais insuportável. Continuando assim a Apple volta ao que era nos anos 90, uma linha incompreensível de produtos com uma interface horrorosa. A diferença é que eles agora estão montados na grana e podem manter essa palhaçada por um longo tempo…

apple Abril 23, 2023

bits e bytes

Coisas da tecnologia

  • Quando troquei de celular ele recuperou contatos de tempos imemoriais, e até agora não descobri de onde saiu. Tinha gente que eu não falava, que eu nem lembrava que falava, e alguns nem sei quem são. Vi nomes de 2006, e a lixeira está com mais de dois mil números.
  • Matei minha conta no twitter, de verdade. Tem o Mastodon, mas sei lá. Não animo muito de escrever naquela rede, e quando escrevo costuma ser em inglês. Não acho muitos brasileiros por lá, e menos ainda gente conhecida.
  • Tive que desenterrar a primeira versão do Chromecast para assistir o Crunchyroll na TV, porque a smartTV da Samsung não tem o app.
  • Ver e editar vídeos da câmera pelo celular via Wi-Fi é algo que eu não sabia que queria.
  • Postar no WordPress pelo celular é uma b@$#&%.
Abril 16, 2023