O Macbook Pro M1 que uso para trabalhar é mó legal e tem uma bateria de duração absurda, mas para todo o resto em eu prefiro o Galaxy Book2 360 da Samsung. É como ter um Cintiq portátil, ou um tablet de 13 polegadas que roda Windows e Fotoxope, e a caneta dele é perfeita para desenhar. Só sinto falta de uma textura na tela, desenhar direto no vidro ainda deixa os traços tremidos. Haja treino.
E a tela touch dele me deixou mal acostumado, cansei de meter o dedão na tela do Mac tentando dar zoom…
Uma das coisas que mais me impressiona com a Apple de hoje é a capacidade dela de pegar designs utilizados há décadas, aplicar conceitos novos de forma e estética, e produzir um resultado tão lindo no visual quanto merda no uso.
O Magic Mouse é o melhor exemplo da síntese desse conceito: pegar uma ferramenta testada e refinada por centenas de empresas e milhões de usuários por literalmente décadas, aplicar os conceitos sapatênis de inovação e design, e produzir uma bosta inacreditavelmente ruim de usar e linda de se ver. É um mouse que não se contenta em ser um ferramenta, mas uma manifestação clara do egocentrismo Apple: essa peça de tecnologia exige que você se lembre dele sempre, a todo o momento, em vez de simplesmente desaparecer como a extensão do braço que deveria ser.
Onde eu começo?
BATERIA
Deixa eu tirar da frente a crítica mais óbvia, a forma de carregamento do mouse. Se a bateria acabar você precisa virar o mouse e deixar ele feito uma barata morta em cima da mesa para conectar o cabo na parte de baixo:
Acabou a bateria? Perdeu o mouse até ele carregar. Ah, é só botar uma bateria nova? Nope, o mouse é selado. Alguns dizem que ele é assim para ter um design perfeitamente integrado (assim como o meu Pebble da Logitech que deixa eu trocar a bateria quando precisa).
“Ain, mas deixa ele parado uns minutinhos que ele carrega rápido, 5 minutos te dá meia hora de bateria!” Amigo, passa por isso quando você estiver no meio de uma entrega, com aqueles prazos bizarros onde o cliente precisa da arte pra ontem, e a praga do mouse fica apitando que precisa de carga a cada meia hora.
PESO
O Magic Mouse é pesado, mais pesado do que qualquer outro mouse que já usei na vida, sejam eles mouses caros ou baratinhos de 5 reais. Deve ser para dar aquela impressão de Premium, porque teoricamente pesado = melhor porque tem mais coisa dentro dele. No fim só é desconfortável, e tenho sentido uma tendência a ter mais tendinite com ele do que com o Pebble, que é bem mais leve.
RESISTÊNCIA
O Magic Mouse é feito por duas placas: uma de acrílico que arranha se você olhar diferente pra ela, e uma de aluminio dobrado. É bom você ser extremamente cuidadoso, porque qualquer queda amassa o alumínio, e se amassar na frente adivinha: você não consegue mais clicar. Há um espaço entre o acrílico e o alumínio para permitir esse movimento e uma dobra ali trava o botão. Para consertar você precisa tirar a tampa de acrílico do mouse (com MUITO cuidado para não quebrar os clipes de plástico que prendem ela no lugar, não arrancar o cabo do touchpad nem deformar a base de alumínio fininho) e dobrar o alumínio amassado pra fora, remoldando a peça para o que ela mais ou menos era, para liberar o botão, e aceitar que ele vai ficar marcado no processo.
A P@##@ DO TOUCHPAD
Mas a pior coisa, a que mais me tira do sério, a que quase me fez jogar o mouse na parede, é o fato da superfície dele toda ser um touchpad. Ou seja, você não pode simplesmente descansar a mão sobre o mouse, ela tem que ficar em uma posição de “garra”, segurando a parte metálica com a ponta do polegar e anelar, deixando o indicador e médio flutuando. Pensa na canseira que é isso depois de uma sessão de trabalho.
E eu já disse que a superfície dele toda é um touchpad? Pois é, a superfície dele toda é um touchpad. E um touchpad com a sensibilidade travada em 11, sem possibilidade de configurar. Aí qualquer toque, mesmo um esbarrão de leve, pode resultar num comando. Imagina a minha felicidade quando eu clico no tamanho de uma fonte no Illustrator, digito 12, e levo o cursor para outro lugar, e sem querer o dedo trisca de leve no touchpad, e a fonte que era 12 sobe para 20 porque a porcaria do mouse entendeu que eu arrastei a superfície como quem gira a rodinha do scroll do mouse, e lá vou voltar pra caixa pra corrigir o tamanho. Agora imagina isso acontecendo várias vezes durante o dia, em qualquer situação. Aperto command para selecionar mensagens no Outlook e BAM! a visualização da mensagem vai num zoom de 10%. Seguro command para abrir um link em outra aba BAM! zoom de 300% na página. Seleciono vários arquivos no Finder BAM! o ícone ficou do tamanho da janela.
Quem acha isso normal não está bem da cabeça.
CONCLUINDO
Já fui macmaníaco, mas por um motivo: a Apple se importava com seus usuários. Meu iBook, que antes de virar nome de aplicativo de leitura de livros era o nome de um notebook, tinha teclado e bateria removíveis e fazer manutenção era ridículo de fácil. O iMac era um pouco mais trabalhoso, mas não era impossível, e o mouse tinha uma trackball que era bem legal de usar. Até o iPhone era simples de manter, sem aquele terror de gastar uma grana caso ele quebrasse, e as formas de interação faziam sentido.
Hoje? Os executivos daquela empresa estão tão cheirados da própria arrogância que lançam qualquer porcaria dizendo que “revolucionaram”, tornando a vida do usuário pior a cada produto. Estragaram o software com bugs e interfaces mal pensadas, quem somados ao hardware “inovador” tornam a experiência geral cada vez mais insuportável. Continuando assim a Apple volta ao que era nos anos 90, uma linha incompreensível de produtos com uma interface horrorosa. A diferença é que eles agora estão montados na grana e podem manter essa palhaçada por um longo tempo…
Quando troquei de celular ele recuperou contatos de tempos imemoriais, e até agora não descobri de onde saiu. Tinha gente que eu não falava, que eu nem lembrava que falava, e alguns nem sei quem são. Vi nomes de 2006, e a lixeira está com mais de dois mil números.
Matei minha conta no twitter, de verdade. Tem o Mastodon, mas sei lá. Não animo muito de escrever naquela rede, e quando escrevo costuma ser em inglês. Não acho muitos brasileiros por lá, e menos ainda gente conhecida.
Tive que desenterrar a primeira versão do Chromecast para assistir o Crunchyroll na TV, porque a smartTV da Samsung não tem o app.
Ver e editar vídeos da câmera pelo celular via Wi-Fi é algo que eu não sabia que queria.
A real é o seguinte: AI tá aí. Ponto. Não importam seus sentimentos. Não interessa o quanto você estudou e se dedicou. Nesse momento, se você é artista por hobby sua vida não muda em absolutamente nada e você pode continuar desenhando e pintando como sempre fez. Agora, se a sua vida literalmente depende disso, de pagar o aluguel e botar comida na mesa, você tem duas opções:
Aprender a usar e colocar no seu workflow;
Mudar de carreira.
É isso. Principalmente se você não é um artista já estabelecido e reconhecido, com sua legião de seguidores fiéis. Vai doer de um jeito ou de outro. Você, que estava confortável com o Photoshop e com sua coleção de pincéis, vai ter que começar do zero para aprender a usar uma nova ferramenta, ou correr o risco de perder espaço por defender um purismo besta, perdendo clientes por não conseguir acompanhar mais os que entraram no jogo. Do mesmo jeito que a pintura digital mudou os paradigmas de criação, as imagens geradas por AI estão começando a mudar o mercado de arte. Você pode aproveitar que a onda ainda está crescendo e começar a surfar em cima dela, antes de todo mundo. Ou você pode morrer pelo caminho.
Eu sei que você gastou horas e mais horas aprendendo a desenhar, eu também fiz isso. Mas o mundo não se importa, só você.
Fui instalar um plugin para publicar também no tumblr e conseguir implodir não só o blog como também todos os sites auxiliares que ficam no meu domínio. Vai mexer com quem tá quieto… Ainda bem que deu pra recuperar. Vou postar automático só no Mastodon mesmo porque funcionou bonitinho e não explodiu nada, e tá bom demais.
E claro, preciso dar um jeito de fazer um backup disso tudo aqui. Se eu perder as postagens vou ficar de mau humor pelo menos metade do ano.
O infeliz que inventou o formato webp merece ficar ajoelhado no milho por duas horas levando 50 chibatadas. E quem trabalha na Microsoft e não implementa a visão de miniatura dessa praga no Windows Explorer também merece.