É arte? Pode ser. É boa arte? Aí a gente vai brigar.
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Tédio
Não precisa recarregar a página, a imagem está aí. Aí em cima. Logo acima dessa linha. Viu agora? Esse espaço em branco*. É uma pintura de Cy Twombly. Sacou a profundidade? O conceito?
Nem eu. E nem quero. A verdade é que hoje é legalzinho falar água para tudo, principalmente em arte. Meia dúzia de frases quase coerentes servem para explicar e validar qualquer coisa.
– Prove!
Tudo bem. Então, a pintura acima é niilista: busca o aniquilamento da condição humana pela recusa em ater-se à representação de sua figura, relevando apenas o ser. É uma citação direta a 4’33” de John Cage em sua tensão pós-apocalíptica surgida depois da explosão da primeira bomba atômica.
– Uau!
Obrigado, obrigado. Não é difícil, só requer que você pare de dançar pagode e vá ler um pouco. E nem é preciso entender o que lê, apenas saber pegar umas palavras e enumerar. Tenho certeza de que uma geração inteira de críticos e curadores foi feita em cima disso, essas bestas.
Pensando bem há um conceito sim, talvez a base de quase toda a arte moderna: o tédio, que se manifesta infinitamente nesses trabalhos. O artista conceitual deve ser uma pessoa profundamente entediada que se resignou a isso.
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Arthur Danto disse que chegamos ao fim da história da arte. Na verdade, o que ele quis dizer é que não existem mais movimentos, ou “ismos”, como existia antigamente: impressionismo, cubismo, fauvismo e por aí vai. Eu faço uma vênia e discordo respeitosamente. Vivemos um ismo, sim, que começou logo após a Pop Art. Chamo carinhosamente de Vulgarismo ou Banalismo, e é essencialmente um Dadaísmo apático e entediado que pega tampinhas de garrafa e as cola na parede da galeria.
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E por quê precisamos de texto afinal? A boa arte devia ser mais uma apreciação do que criada apenas para sustentar um discurso. Aliás, se sua obra precisa de um discurso para ser vista você já fracassou. Pegue seu quadro e use-o para assustar criancinhas no halloween.
– Eu sou a inconsciência coletiva da luta de classes! Waaaaaaaah!
– Manhêêêêêêêêêêê! Faz ele parar!
– Calma filho, é só um artista plástico.
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Como assim, que sou eu para falar desse jeito? Sou rei de Nihitélia, nascido no Renascimento e criado à base de Toddynho. Kneel before Zod!
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Para finalizar, um pouco de coisas que não são tediosas:
Ray Caesar
Mel Kadel
Leonardo
Burnout Paradise Remastered* Tá, a imagem na verdade é só um JPG em branco. Clique aqui para ver o quadro na galeria.
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Rock Britannia!
Que raios de playlist boa do Tidal, essa, e com pouquíssimas bandas conhecidas (para mim). Das 100 músicas só consegui identificar Bastille, Coldplay, The Coral e Fratellis. Tô gostando desse serviço de música, as sugestões e playlists curadas tem sido excelentes.
Enquanto isso, no lado do Spotify, fui testar o app de novo enquanto o período da minha assinatura não termina de vez. É, não consigo voltar mais. A interface é suja em todos os sentidos, desde a organização e visual até a porcariada das sugestões, que continuam recomendando podcasts que ouvi uma vez na vida. Aliás, dane-se a parte de podcasts!