Fabio Romeo
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    De AI para aiaiai

    Mas por quê esse pessimismo de repente? Muito porque eu não me incomodava com as ferramentas de inteligência artificial generativa, até o momento que elas deixaram de ser uma opção.

    Antes eu precisava ativamente ir atrás da ferramenta, ativá-la e manipulá-la para conseguir produzir alguma coisa e ter algum resultado. Hoje elas estão se espalhando por todo o lado, em todas as ferramentas, e não estou exatamente ok com isso. O Windows mesmo quer tornar a AI um negócio tão obrigatório que a Microsoft criou um botão no teclado dedicado à inteligência artificial dela, o Copilot, que tem virado parte cada vez mais obrigatória do sistema operacional, e passou a exigir que todos os novos computadores certificados para rodar Windows tenham o maledeto.

    Isso me incomoda, por sentir que há uma chance muito grande de ser violado por uma corporação que só vê você como um número. Por um lado eu sempre quis uma ferramenta decente de busca, que realmente encontrasse os arquivos que eu preciso apenas olhando o contexto da pergunta. Por outro, ter todos os meus dados e arquivos particulares – incluindo aí relatórios médicos, planilhas de despesas, projetos pessoais e até diários – processados por um computador em algum lugar do mundo, gerenciado por sabe-se lá quem, é dar um poder enorme a uma empresa sobre a minha vida, que vai ser capaz de analisar e tirar conclusões (certas ou erradas) sobre tudo que eu faço ou que posso fazer. E não só isso, esse perfil “perfeito” da minha vida e personalidade vai ser vendido para quen pagar mais, enfiando mais propaganda na minha vida. É uma distopia Minority Report, mas os precogs são feitos de chips em vez de três humanos em uma banheira, e usados para vender lençóis e liquidificadores das Casas Bahia.

    É ruim saber que virei o velho que grita para as nuvens e ter que dizer “no meu tempo isso não acontecia”. Antigamente um computador era um computador, e um tocador de MP3 era só um tocador de MP3. Nenhum deles monitorava cada clique, cada interação, e cada arquivo que eu abria. Um avanço da tecnologia era recebido com um entusiasmo autêntico de quem sabia que a vida realmente ficaria mais fácil.

    Hoje, acabou. Cada avanço e cada mudança é feita para piorar a vida da pessoa, tornar as coisas mais difíceis, e tentar tirar cada centavo do seu bolso e mandar para o bolso das empresas. Tudo ou é assinatura, ou sofre mudanças para pior com atualizações de software, ou simplesmente não podem ser reparadas porque é mais barato comprar o aparelho novo que vem com ainda mais amarras. E com isso vou virando cada vez mais ludita, procurando afastar os eletrônicos da minha vida para ter uma vida mais analógica, porque isso eu sei que posso usar, reparar e controlar do jeito que eu quiser.

    Vamos ver até onde eu consigo.

    12 de abril de 2024

  • bits e bytes

    Quer saber? Retiro o que disse sobre IA

    Eu, na minha ingenuidade, não esperava ver um movimento tão forte de substituição de artistas por ferramentas de AI. Ainda acredito que são recursos fantásticos que agilizam demais a vida: tarefas chatas como recortar um personagem ou preencher um fundo incompleto ficaram bem mais simples. Mas ver artistas e escritores serem efetivamente demitidos e trocados por essas ferramentas é algo que eu não queria acreditar. Estamos indo para um futuro onde arte, música e literatura estão sendo automatizados, deixando os humanos livres para trabalhos bossais, virando batedores de carimbo.

    Há pelo menos um consolo: AI depende de conteúdo produzido por outros para funcionar. Vai chegar um ponto onde a AI vai se alimentar de arte produzida por AI, regurgitando conteúdo a ponto de só existir lixo em cima de lixo, incompreensível e inservível, quebrando o ciclo e todas as empresas de AI junto. Some a isso às novas ferramentas de envenenamento dos modelos de dados, protegendo as obras de serem absorvidas pelos modelos, e talvez esse momento esteja mais próximo do que pensamos.

    Mas claro, isso também pode ser mais um pensamento ingênuo.

    3 de abril de 2024

  • vida, universo e tudo mais

    Microblogando

    Eu: juro pra você, acabando mais essa pós eu vou ficar 5 anos sem estudar nada e só curtir a vida.

    Eu também: olha, curso de 3D no Blender! *inscreve*

    28 de fevereiro de 2024

  • artes e design

    Inhotim. Vale?

    Não. Próxima pergunta.

    Hã? Quer saber mais? Então tá. Faz tempo que eu não escrevo um texto opinioso sobre artes que deixa as pessoas vociferando com o dedo apontado pra tela.

    O que todos precisam saber de Inhotim é que o lugar é um museu. Estiloso, bonito, cheio de paisagens, mas um museu. E de arte contemporânea ainda por cima. Eu pessoalmente adoro aquele lugar e quero voltar sempre que tiver chance mas, correndo o risco de soar elitista, não é pra qualquer um.

    E eu não digo isso no sentido de me achar intelectualmente superior a todo mundo (apesar de… Não. Para. Contenha-se, homem), mas por todo o contexto. Inhotim é caro. Uma água em lata é seis reais. O bandejão deles sai por mais ou menos 50 reais, menos se você não comer quase nada. O ingresso é, por dia, 40 reais a meia, 80 se usar o transporte interno (e acredite, você vai querer usar o transporte interno. A menos que suas caminhadas morro acima e abaixo estejam em dia). E você não vai conseguir ver tudo em um só dia, porque o lugar é enorme.

    Claro, tudo é muito lindo ali: os prédios modernos estrategicamente colocados à frente de um espelho d’água, a ponte posicionada no lugar perfeito para tirar fotos, o paisagismo impecável. Mas tudo isso é pontuado, ou manchado dependendo da sua opinão, por obras de arte contemporânea.

    E esse é o ponto. Se você não gosta de arte contemporânea, se você acha uma bobagem ver um teto cheio de bolinhas de isopor ou um ônibus cortado ao meio e pendurado na parede, ou um Fusca colorido posando como obra de arte, ou se você não tem a menor abertura para obras de arte contemporânea, ou mesmo obras de arte em geral, tudo isso vai incomodar e até irritar, estragando o que seria um passeio num jardim botânico. Você vai ficar enfurecido, pensando que pagou 200 reais por pessoa para ver uma sala cheia de cacos de vidro no chão.

    Veja bem, não digo que você precisa gostar de arte contemporânea, mas precisa pelo menos aceitar que existe e que está tudo bem. Eu mesmo não gosto de várias obras dali (o tal ônibus da parede, por exemplo), adoro outras (Desvio para o Vermelho!), e sou indiferente a mais algumas. Mas sei que aquilo é parte da experiência, e é pra isso que eu vou lá.

    Agora, gastar uma baba para ficar de bico vai estragar sua carteira, seu humor, e o passeio de todo mundo, só para dizer que conheceu Inhotim. Então poupe seu dinheiro e vá para a praia. Você vai aproveitar muito mais e não vai precisar reclamar da obra que é só um buraco no chão.

    6 de fevereiro de 2024

  • artes e design

    Saudade de tu, Inhotim

    Ainda mais quando tem obras novas pra ver. Postei tudo na minha galeria.

    6 de janeiro de 2024

  • bits e bytes

    O futuro não é Terminator, é Marvin

    Depois de ler essa matéria maravilhosa no Ars Technica dizendo que o chatGPT está com preguicinha de fim de ano eu só consigo pensar nisso:

    O futuro não vai ter Skynet porque os robôs vão virar humanos e ficar sentados em frente à TV assistindo Dorama na Netflix.

    15 de dezembro de 2023

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